segunda-feira, 16 de maio de 2011

A BÍBLIA E AS DISPENSAÇÕES

INTRODUÇÃO
A Bíblia anotada de Dr. Scofield, mostra-nos dispensação como um período de tempo no qual o homem é testado na sua obediência em alguma revelação específica da vontade de Deus. Com isto a Bíblia é um livro de Dispensações, pois revela todo propósito Divino, colocando-nos sob uma específica regra de conduta.
Em cada Dispensação vemos o Amor de Deus, levando o homem a conhecê-Lo na sua infinita misericórdia, tentanto salvá-lo de suas situações. Entretanto o homem tem falhado em todas as provas de Deus, por isso Deus enviou Seu Filho amado, (Jo 1.14), a fim de nos redimir e colocar na Sua presença (Ap 1.10), na atual dispensaçãa - A graça de Deus.
1. DEFININDO UMA DISPENSAÇÃO
Podemos entender que Dispensações são períodos de tempo, com revelações dos procedimentos de Deus para com o homem. E da parte da homem, é exigida a obediência a revelação de Deus.
O propósito de Deus em cada dispensação é colocar o homem debaixo de uma regra de conduta. Entretanto o homem tem falhado, salvos os que crêem na revelação Divina. (Hb 11.7)
Uma visão geral das Dispensações na Bíblia, nos leva a crer que elas se estendem desde a criação do homem até ao grande Trono Branco. A palavra Dispensação não aparece nos escritos do Velho Testamento. Ela é encontrada no Novo Testamento apenas quatro vezes, a primeira em (I Coríntios 9.17) e a última em (Colossenses 1.25).
2. AS DISPENSAÇÕES DO VELHO TESTAMENTO
A Bíblia, a Palavra de Deus, dividi-se em duas partes distintas. A primeira parte ou Velho Testamento, mostra-nos todo o propósito divino para com o homem através de um plano Dispensacional.
a) A primeira Dispensação que vamos encontrar no Velho Testamento é: Inocência. Havia um propósito Divino nesta dispensação, provar a fidelidade do homem num ambiente perfeito e sob circunstâncias favoráveis. Nesta dispensação Deus faz uma aliança como homem e o estabelece como senhor da terra, (Gn 1.28). Lhe faz uma advertência. (Gn 2.17), vindo mais tarde o homem transgredir a ordenança Divina, (Gn 3.17). senda assim expulsa do Eden, (Gn 3.23).
b) A segunda Dispensação. Consciência, significa o direito de convicção própria, o conhecimento da natureza moral dos atos pessoais. Este período probatória vai da queda de Adão aos dias de Noé. O propósito Divino era o de provar a fidelidade do homem à Deus num ambiente de liberdade, seguindo sua própria consciência. Dois homens triunfaram: Enoque, (Gn 5.24) e Noé (Gn 6.9). Os demais falharam, (Gn 6.5). A justiça Divina veio sobre a terra através do dilúvio, (Gn 6.17). Apenas Noé e sua família se salvam, (Gn 6.18), seguidos de alguns animais, (Gn 6.19).
c) A terceira Dispensaçâo, Governo Humano. Esta dispensação iniciou após o dilúvio, (Gn 8.15,16) e se estendeu até a chamada de Abrão, (Gn 12.1).
d) A quarta Dispensação, Patriarcal. Estende-se da chamada de Abraão à Lei, no Sinai, (Gn 12.1, Ex 19.2). Dessa chamada, fé e obediência de Abraão, resulta Israel, o povo de Deus. É também conhecida como a dispensação da Promessa, (Gn 15.5,6). Esta dispensação tem sido inspiração e referência para a Igreja de hoje, visto que Abraão é nosso pai na fé, (Gl 3.9,14).
e) A quinta Dispensação, a Lei. Entende-se que este período foi do Sinai até Cristo, (Jo 1.17). Foi na verdade uma longa dispensação que viveu várias períodos da história. O propósito de Deus é provar a obediência de Israel à Lei, e avaliá-los como nação líder na terra e porta-voz da Palavra de Deus, (Ex 19.5,6). Israel falhou em sua missão, e por isso sofre as penas de sua desobediência, (Ez 22.15). Por desprezar o Filho de Deus, as conseqüências foram maiores ainda, (Mt 23.37-39).
3. AS DISPENSAÇÕES NO NOVO TESTAMENTO
a) A Graça. a sexta Dispensação. O Novo Testamento é agora palco de uma nova fase probatória. O Senhor Jesus estabelece Sua Igreja. (Mt 16.18) e com ela abre-se as portas da graça. Esta sexta Dispensação é também chamada de: Dispensação da Igreja e do Espírito Santo. Jesus inaugurou esta Dispensação, (Jo 1.17). Foi uma grande manifestação do Amor de Deus, (Tt 2.11).
O Espírito Santo inaugurou a Igreja, (At 2.4), trazendo para este tempo o poder de Deus para nossas vidas, (At 4.31).
Como nas demais dispensações, esta também tem um propósito, que é através de Cristo, chamar das trevas para Sua maravilhosa luz, (1 Pd 2.9), um povo Seu, especial, zeloso, de boas obras, (Tt 2.14).
A Dispensação da graça, é marcada pela Nova Aliança, (Mt 26.28), feita com o Sangue de Cristo, diferente da Aliança anterior feita com sangue de animais, (Ex 24.8).
Assim como no passado Deus responsabilizou Israel, na presente Dispensação, o Senhor Jesus tem responsabilizado Sua Igreja para ministrar Sua Palavra. (Mc 16.15-18); o evangelho completo, o evangelho da graça de Deus, (At 20.24). até que ele venha, (Ap 22.12), e assim estaremos para sempre com o Senhor, (I Ts 4.17).
b) O Milênio, a sétima Dispensação. Este período terá início na volta de Jesus Cristo à terra, conforme nos relata os últimos capítulos de Apocalipse. (Ap 19.11-21 e Ap 20.1,2,6).
Nesta Dispensação, Jesus será o Rei de toda a terra, (Mt 25.34), que julgará com justiça, (Ap 15.3).
Esta Dispensação terá uma característica toda especial, que desde o Velha Testamento é profetizada. Vejamos a seguir:
1) Satanás será amarrada, (Ap 20.1,2).
2) Este reino será universal, (Dn 7.14; Zc 14.9).
3) Jerusalém será a capital do reino, (Jr 3.17).
4) Haverá justiça e paz sobre a terra, (Is 11.5).
5) O reino animal sofrerá grandes mudanças, (Is 11.6-8).
6) A maldição da terra, (Gn 3.1 7), será tirada, (Is 35.1, Is 55.13, Zc 8.12).
7) Naturalmente a vida humana será prolongada, (Is 65.20,22, Zc 8.4).
4. OS POVOS E AS DISPENSAÇÕES
O estudo das Dispensações ajuda-nos a compreender o plano de Redenção traçada pela presciência de Deus, diretamente relacionada com os povos em suas classes específicas. (I Co 10.32).
Na revelação Paulina, as povos estão divididos em três classes distintas: Judeus, Gentios (gregos) e Igreja, onde cada um tem importância no plano Divino, e através das Dispensações Deus revela o futuro deles.. Judeus, tem sido o povo escolhido de Deus, (Dt 7.6), descendente diretos de Abraão, Isaque e Jacó, chamados filhos de Israel, (Ex 14.15), nos quais se constituem a história do Velho Testamento. A Dispensação da Lei, foi exclusiva ao povo de Israel, pois Deus os tinha (e os tem) como nação especial. (Dt 33.29).
O futuro de Israel já está traçado pelas profecias Bíblicas. A Palavra mostra a renovação de Israel, política e espiritual. Politicamente, Israel está se restaurando a partir do nascimento do Estado de Israel, (Is 66.8; Am 9.15). Espiritualmente Israel será restaurado no Milênio, (Jl 2.28-32; Am 9.11), quando a Senhor voltar.
Gentios, significa, pertencente a qualquer das nações, fora da nação judaica. Os gentios são chamados na Bíblia de simplesmente "nações" (Dt 18.9).
Muito antes de existir Israel, todos eram gentios e passaram pelas dispensações de Deus, em cada uma tiveram oportunidade de salvação. Hoje os gentios estão incluídos no plano de salvação (Lc 2.32; Is 42.6). O livro de Atos nos mostra a Obra de Deus entre os Gentios, (At 9.15; 10.34). A Igreja, o corpo místico de Jesus Cristo, (I Co 12.13), é a porta-voz da graça Divina, que congrega todas os salvos em Cristo Jesus, (Gl 3.28). Isto significa dizer que a Igreja não tem bandeira política, nem geográfica, Sua bandeira é o amor, (Ct 2.4). A Igreja vive hoje a Dispensação da graça. e revela esta graça ao mundo, (Rm 3.24).
CONCLUSÃO
Ao concluir esta lição, aprendemos que em cada Dispensação houve um propósito de Deus para a humanidade. Deus nunca ficou sem testemunhas. Creio que em cada período probatória alguém foi, é, e será salvo pelas misericórdias do Senhor, (Lm 3.22).

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